Resenha: A Menina Mais Fria de Coldtown, de Holly Black


Título: Champion
Autor (a): Marie Lu
Editora: Rocco
Páginas: 304
ISBN: 9788579802089
Classificação:  




No mundo de Tana existem cidades rodeadas por muros; são as Coldtowns. Nelas, monstros que vivem no isolamento e seres humanos ocupam o mesmo espaço, em um decadente e sangrento embate entre predadores e presas. Depois que você ultrapassa os portões de uma Coldtown, nunca mais consegue sair. Em uma manhã, depois de uma festa banal, Tana acorda rodeada por cadáveres. Os outros sobreviventes do massacre são o seu insuportavelmente doce ex-namorado que foi infectado e que, portanto, representa uma ameaça e um rapaz misterioso que carrega um segredo terrível. Atormentada e determinada, Tana entra em uma corrida contra o relógio para salvar o seu pequeno grupo com o único recurso que ela conhece: atravessando o coração perverso e luxuoso da própria Coldtown. A Menina Mais Fria de Coldtown, da aclamada Holly Black, é uma história única sobre fúria e vingança, culpa e horror, amor e ódio.

No romance de Holly Black, vampiros são criaturas da noite, sedentos por sangue e incrivelmente mortais, mas acima de tudo, são reais e se espalharam de forma assustadora pelo mundo. Há anos, um vampiro espalhou o vírus da doença pelo mundo, e agora, o planeta enfrenta uma crise de vampirismo. Tentando controlar a situação, o governo dos EUA criou as Coldtowns, que são cidades de quarentena, onde vivem vampiros e humanos em um eterno conflito de presa-caçador.

Tana, a protagonista, estava em uma festa e acabou adormecendo em um banheiro. Quando acordou, ela viu dezenas de corpos espalhados pela casa: um massacre havia acontecido. As únicas pessoas que sobreviveram à tragédia além dela foram seu ex-namorado, que agora estava infectado pelo vampirismo e em pouco tempo começaria a mostrar os sinais da doença, e um garoto misterioso, cujos segredos podem lhe custar a vida.

Então Tana percebe que a única escapatória para salvar os garotos e a si mesma, é fugir para a Coldtown mais próxima, indo contra o relógio, enquanto a infecção se alastra no corpo do seu ex-namorado.

A forma como Black escreve é excitante, e faz com que o leitor não consiga largar o livro, se envolvendo com a aura sombria e encantadora que a história tem. Além disso, o livro tem um quê de seriedade, mas o bom humor muitas vezes deixa a história mais leve e ainda mais prazerosa de ser ler.

O enredo é bem montado e o mundo criado pela autora tem uma base sólida, e não há falhas ou “buracos” nas explicações criadas por Black para explicar a situação do mundo no livro. Além disso, a história tem sua cota de reviravoltas e não é nada previsível.

A protagonista, Tana, é muito bem construída. Ela é complexa, tem seus segredos, e passou por um acontecimento traumático na infância, que definitivamente influencia suas ações até os tempos atuais. Dá para ver que parte do que ela é e faz, é reflexo do trauma, mas ao mesmo tempo, ela consegue trabalhar muito bem de improviso, confiando apenas no extinto.

Os personagens secundários também são interessantes, pois cada um deles possui seu próprio demônio, que são mostrados ao leitor, fazendo com que ele conheça os personagens muito bem: Aidan com a infecção, Gavriel com seu misterioso passado e as consequências dele; Midnight e Winter com a vontade de encontrar algo diferente de suas realidades com os vampiros, somado ao medo do que pode acontecer com eles se conseguirem entrar em contato com as criaturas.

E o melhor de tudo, o livro é escrito em terceira pessoa, de forma que é possível ver diversos ângulos da história, e entender melhor o que está acontecendo.

O livro de Black é um exemplo formidável a ser seguido sobre como se escreve um romance de fantasia de boa qualidade.

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