[Resenha] A Sala dos Répteis - Lemony Snicket

Desventuras em Série: A Sala dos RépteisTítulo: A Sala dos Répteis
Série: Desventuras em série
Autor (a): Lemony Snicket
Editora: Cia. Das Letras
Páginas: 256
ISBN:  9788580440331
Classificação: 
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Lemony Snicket é um autor que não pode ser acusado de falta de franqueza. Sabe que nem todo mundo suporta as tristezas que ele conta e por isso - para que depois ninguém reclame - faz questão de avisar: "Se você esperava encontrar uma história tranqüila e alegre, lamento dizer que escolheu o livro errado. A história pode parecer animadora no início, quando os meninos Baudelaire passam o tempo em companhia de alguns répteis interessantes e de um tio alto-astral, mas não se deixem enganar..."Os Baudelaire têm mesmo uma incrível má sorte, mas pode-se afirmar que a vida deles seria bem mais fácil se não tivessem de enfrentar o tempo todo as armadilhas de seu arquiinimigo: o conde Olaf, um homem revoltante, gosmento e pérfido. Em Mau Começo ele deu uma pequena amostra do que é capaz de fazer para infernizar a vida de Violet, Klaus e Sunny Baudelaire - e aqui as coisas só pioram.
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Corajoso é aquele leitor que se aventura ao continuar a ler os livros de “Desventuras em Série”. Bom, pelo menos aos olhos do próprio autor, Lemony Snicket. Assim que você termina a leitura do primeiro volume a vontade já é de agarrar o segundo no mesmo instante.

Depois de se escaparem da grande armação do Conde Olaf, em “Mau Começo”, os órfãos Baudelaire vão para a casa do Dr. Montgomery Montgomery –prefere ser chamado de tio Monty -, é um herpetologista e faz um ótimo bolo com creme de coco. As crianças se sentem felizes e esperançosas, pela primeira vez após a morte dos pais. Mas é claro, que como ótimos desafortunados isso não duraria muito tempo. Até que então aparece um novo assistente para o tio Monty, Stephano, que logo as crianças descobrem não ser quem o mesmo diz ser.
“[...] E tão ardorosamente quanto os órfãos Baudelaire gostariam que sua situação fosse diferente, eu desejaria de algum modo mudar as circunstâncias desta história para vocês. Mesmo sentado aqui onde estou, em toda segurança e tão longe do Conde Olaf, mal consigo suportar escrever mais uma palavra. Talvez o melhor fosse vocês fecharem este livro imediatamente e não lerem nunca a continuação desta horripilante história.”
Não há muitos elementos que diferenciam esse segundo volume do primeiro. Fico satisfeita em afirmar que o autor não pecou com mudanças nos fatos, no ritmo e na narrativa que poderiam se contradisser com o primeiro volume. Simplesmente, Lemony fez de “A Sala dos Répteis”, exatamente o que ela deveria ser: a continuação, começando exatamente onde o primeiro livro parou.

Gosto muito do estilo próprio do autor, sem se prender a clichês, regras ou/e formulas de escrita. Snicket não se prende ao suspense, ele leva o autor consigo durante o decorrer da narrativa. Sendo assim, nós não levamos sustos, não somos pegos de surpresa, mas mesmo assim queremos acompanhar a vida dos desafortunados irmãos Baudelaire, pelos quais não podemos evitar para que tudo dê certo, e que o bem triunfe sobre o mal pelo menos uma única vez.

Embora eu saiba que essa maré de azar está longe de acabar para os órfãos, me vejo impossibilitada de largar a série. Quero, o quanto antes, terminar de ler a série toda para ver se o autor fala a verdade quando diz que essa história não tem um final feliz.

Com toda a certeza e sem hesitações, indico esse livro para aquele apreciador da literatura infanto-juvenil, independentemente de sua idade.

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