[Resenha] O Enigma da Borboleta, de Kate Ellison

O Enigma da BorboletaTítulo: O Enigma da Borboleta
Autor (a): Kate Ellison
Editora: Leya
Páginas: 312
ISBN:  9788580447408
Classificação: 


Um suspense eletrizante onde qualquer movimento em falso pode ser fatal. Penélope Marin, ou simplesmente Lo, é uma adolescente um tanto incomum – ela sofre de transtorno obsessivo compulsivo, que ficou mais intenso depois da morte de seu irmão Oren. Além disso, Lo adora colecionar bibelôs, mesmo que tenha que roubá-los (Ela também tem traços de cleptomania). Num desses “resgates” – como ela mesma diz – Lo encontra uma bela borboleta, que pode ter colocado sua vida em perigo. Essa figura está ligada a um assassinato e Lo pode ser a única testemunha desse crime.

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O Enigma da Borboleta é um livro intrigante e envolvente, e além de ser original e possuir uma personagem principal muito característica, é um livro intenso que te prende até as últimas linhas, usando de muitos artifícios para isso, desde um suspense leve a um romance enigmático.

Penélope, mais conhecida como Lo, é uma adolescente peculiar: sofre de um Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e é cleptomaníaca. Essa condição só piora após a morte de seu irmão Oren, quando começa a ficar mais ligada a números divisíveis por 3 e alguns rituais, os quais a deixam mais segura, como por exemplo o “tap tap tap banana” que ela tem que dizer toda vez que entra ou sai de algum lugar, mesmo que seja muito baixo.

Em conseqüência do transtorno, a personagem desenvolveu o hábito de colecionar objetos que chamam sua atenção. Mas o que para a maioria das pessoas seria uma escolha, para ela é uma necessidade. Possuir e organizar esses objetos lhe dá certa segurança, por isso ela está sempre à busca de mais.
O negócio é o seguinte: eu não escolho pegar as coisas. Eu tenho que fazer isso.Sempre tive que fazer certas coisas, desde o dia em que fiz sete anos e comecei a insistir que queria continuar com seis. Eu não sabia o motivo, mas, de alguma forma, sete me fazia sentir como se o mundo estivesse inclinando demais para um lado
Lo para alimentar seu TOC, gosta de freqüentar alguns lugares,  e dentre os seus preferidos está o mercado de pulgas, que visita todos os sábados (sábado, um dia perfeito, com três sílabas. Três é um número bom). Em uma dessas visitas, Lo conhece Mario, o qual está vendendo um colar que ela já tinha visto antes em uma notícia sobre uma jovem que foi assassinada, o qual ela mesma presenciou. O colar com um pingente de borboleta se torna um de seus novos objetos, e com ele vem junto a obsessão de descobrir mais sobre o assassinato de Sapphire.

“O Enigma da Borboleta” é narrado em primeira pessoa e já nas primeiras páginas entramos na cabeça da personagem, entendendo o que a cerca. Uma escolha ótima da autora, já que o ponto alto do livro é Penélope e a maneira como a mesma vê o mundo, o que faz a história ganhar vida.

Apesar de girar em torno de uma investigação de assassinato, o livro é um suspense leve. O caso da morte de Sapphire não é um quebra-cabeça insolúvel, mas isso não tira o mérito da trama, pois mesmo que a resolução do caso não seja surpreendente, a história de Sapphire guarda outras surpresas para Penélope que rendem para o leitor momentos de “nunca imaginaria!”.

A obra também tem espaço para romance. Em meio a sua investigação, Lo conhece Flynt, um artista de rua, por quem se apaixona. Um ponto negativo do livro. É compreensível a existência da personagem Flynt no enredo, mas poderia ter ficado apenas como uma bela amizade, sem ter se encaminhado para o lado amoroso, soando um pouco forçado e desnecessário, embora não tenha sido um erro fatal.

“O Enigma da Borboleta” é um livro certamente interessante, cuja leitura flui rapidamente. Não comete erros cruciais, mas não chega a atingir o potencial que poderia ter.

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