[Resenha] Sangue Quente, de Isaac Marion

Sangue Quente
Título: Sangue Quente
Autor (a): Isaac Marion
Editora: Leya
Páginas: 256
ISBN:  9788580440331
Classificação: 
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R é um jovem vivendo uma crise existencial - ele é um zumbi. Perambula por uma América destruída pela guerra, colapso social e a fome voraz de seus companheiros mortos-vivos, mas ele busca mais do que sangue e cérebros. Ele consegue pronunciar apenas algumas sílabas, mas ele é profundo, cheio de pensamentos e saudade. Não tem recordações, nem identidade, nem pulso, mas ele tem sonhos. Após vivenciar as memórias de um adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a "vida" de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro. Assustador, engraçado e surpreendentemente comovente, Sangue Quente fala sobre estar vivo, estando morto, e a tênue linha que os separa. 
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Estava com um pé atrás para começar a ler o livro, porque não sou muito fã de histórias com zumbis, mas a premissa de “Sangue Quente” me chamou bastante atenção.
Imaginem um mundo caótico, pós-apocalíptico e dominado por zumbis famintos. Esse é o cenário que Isaac Marion nos apresenta em “Sangue Quente”.

Ninguém sabe muito bem como começou. Tudo que sabem é que um dia, os mortos começaram a não morrer do jeito que deveriam, e ganharam uma “pós-vida”. Um desses mortos-vivos é R, um zumbi diferente dos outros,  que não se lembra muito de sua vida como humano e nem de seu nome verdadeiro,  mora em um aeroporto e vive caçando humanos para se alimentar.

No universo criado por Isaac Marion, ao ingerir o cérebro da sua vítima, os zumbis têm acesso temporariamente à memória daquelas pessoas. E é justamente em uma das caçadas que R se vê dentro da mente de Perry, um dos humanos resistentes. Só que esta vez é diferente das outras... A atração pela mente do rapaz é tão forte, que ele reconhece e salva uma garota, que estava junto com o grupo atacado. Contrariando todas as probabilidades, ele leva a garota para o seu esconderijo e promete protegê-la. A partir daí, conhecemos um lado mais humano da personagem.

Sempre fui bastante curiosa para ler alguma história no qual o narrador serial um tanto que diferente, e, acredito eu, esse elemento na narrativa faz com que a obra de Isaac receba grande mérito. O personagem é tão carismático que nos encantamos pelo rapaz sem cérebro.  Além disso, o seu nível de consciência o fez diferente dos demais zumbis. Enquanto todos os outros zumbis são apáticos, R vai, através do seu contato com Julie, reconstruindo uma identidade e desenvolvendo cateterísticas humanas. 

A narrativa de “Sangue Quente” é deliciosa de tão envolvente, o que torna impossível a tarefa de não ser conquistada pelo mesmo. A única coisa que me incomodou um pouco foi a falta de uma profundidade no desfecho do livro. A sensação é de que o autor estava com muita pressa para concluir o livro. Enfim, faltaram elementos para compreendermos melhor a sua teoria.
Se você é loucamente apaixonado por zumbis estilo “The walking dead” não indico o livro, mas se estiver interessando por algum romance que foge um pouco da definição de zumbis com que estamos acostumados, a obra é sim, uma boa pedida. 

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